08 julho 2009

Aprendendo aquilo que nínguem nos ensina

A real dificuldade daquilo que todos dizem difícil está naquilo que não nos ensinam, mas que se formos realmente bons aprendemos sozinhos. O ser humano tem uma capacidade enorme de se adaptar à realidade que encaixa mesmo quando não sabe bem como foi ali parar, mesmo quando não sabe se ali quer estar, há um instituto de sobrevivência que passa por saber tolerar, aprender! Nínguem me ensinou o que estou a aprender, não assim a realidade dura e crua, a fragilidade da vida humana numa cama de hospital levada ao extremo. Deixem-se de éticas, deixem-se de palavras e metam-nos no terreno, queremos ver se sobrevivemos ao nosso próprio ser, queremos ser postos à prova, todos os dias cada vez mais. Tememos pela vida ao mesmo tempo que lhe damos uma importância diferente das outras pessoas, nós sabemos o quanto ela é preciosa, o quanto deve ser preservada. Não perdemos o coração ao contrário do que muitos dizem, apenas deixamos a racionalidade falar mais alto, para que possamos agir, caso contrário ficariamos paralisados! Não é fácil. Pensei que não me poderia impressionar, que nada me faria recair... mentira! Nunca estamos preparados para tudo, nunca sabemos como vamos reagir quando o desafio é novo. Há que reconhecer, sem medo, que tivemos uma falha, que somos tão ou mais fracos que todos os outros, que não somos anjos (a única semelhança será o branco) e que um dia podemos ser nós do outro lado. Um dia seremos melhores, atingiremos o topo da nossa caminhada, seremos detentores de uma capacidade humanista e científica distinta de todas as outras pessoas, mesmo assim continuaremos a falhar e a ser nada mais do que o frágil ser humano, igual na diferença. Um dia seremos médicos!

29 junho 2009

Sinto-me só

Agora que tudo acabou não tenho coragem de sofrer por mais tempo, não tenho coragem de ser masoquista por um lado, não tenho coragem para me livrar do marasmo em que tenho andando e fazer algo para me superar a mim própria. Sei que seria capaz de fazer melhor, mas não tento tão pouco, tenho hipótese de ir para Madrid mas também não vou, reinstalei-me novamente na casa que era minha e tento com todas as forças não voltar a abandona-la sabendo isto como missão impossível. Regra geral as pessoas não gostam de mim. Não gosto de sair, não fumo, não bebo, e tenho uma aparência não muito apelativa. Se existe algo mais que vos afasta por favor dizei-me. A outra hipótese é que regra geral eu não gosto das pessoas, mas prefiro fazer-me sempre de vítima e pensar na primeira hipótese. Desejo sorte a quem consegue, mas que esses não se queixem de cansaço, não se queixem do que tem, porque isso chama-se sofrer com gosto. Não tenho vida, no meio de tudo isto, a minha vida não é cá mas também não é lá... Não é em lado nenhum, é sem ser num local imaginário que apenas existe em sonho, talvez... Se pelo menos já te tivesse encontrado... Não te quero como nada mais senão meu amigo, achas que consegues fazer pelo menos isso, ser meu amigo? Estou farta das pessoas que se tenta aproximar a todo o custo e que não me de todo como amiga, não é amor, não é paixão é obecessão, já passei por isso e não é nada saudável. Esqueçam que existo, pelo menos durante as férias, deixem-me fingir que morri!

13 junho 2009

Tu

A vida não faz sentido bem como não o faz a criação deste blog, no mais racional do ser que existe em mim. Escrevo contudo esquecendo que tenho razão, sendo inconsciente por instantes e acima de tudo sonhando...
És tu a causa deste blog, és tu quem me voltou a fazer sonhar e a sentir que estou viva, por tudo isso e porque quero pelo menos agradecer-te, preciso de saber quem és!
E quando te encontrar pela segunda vez, à excepção de todas as vezes em que estivemos juntos na eternidade do meu pensamento, quero estar linda, quero transparecer um ser que nem sei se sou, quero que me olhes e me consigas ver, ao contrário da primeira vez em que os meus olhos transpareciam a noite de sono que não tive e não te cativaram de certo.
Não vou fazer nada para te encontrar, não vou espalhar cartazes, não vou chorar, não vou pedir, vou acreditar, acima de tudo acreditar que é possível, que o destino estará a meu favor, a nosso favor.
E tu és tudo o que posso desejar, daquilo que sei de ti, sei que podes suplantar todas as necessidades que tenho neste momento, em particular a necessidade de fugir do meu mundo, de viver uma realidade diferente, onde não entre uma bata branca, ciência em excesso e muito sofrimento à mistura. Sei que me podes fazer feliz com as tuas palavras, com o teu coração.
Treze e trinta do dia 12 de Junho, uma origem igual, um destino semelhante. Sei que estás perto, mas não estás aqui. Sei que partiste de onde parti mas não sei onde moras!
Se é para seres uma desilusão então não apareças, deixa-me viver contigo na tua ausência.
Não custa acreditar que é possível, que coincidências não existem, que tudo é fruto do destino. Naquele caminho tantas vezes percorrido foi a primeira vez que te encontrei, porquê? Porquê agora no fim, agora que não posso fazer a viagem mais vezes sentada no mesmo lugar esperando sempre encontrar-te?
Se te encontrar tudo será como nos filmes e acreditarei que foi o milagre das palavras que escrevo agora. Enquanto estudavas, como eu tantas vezes estudei, na viagem que nos uniu, eu via um filme, um filme que reforça a minha vontade de escrever, tentando acreditar na fantasia, agora que deixei de ser criança.
"Inkheart" - coração de tinta, uma história fabulosa, o dom de ter uma língua mágica, de trazer para a realidade as personagens das fábulas lidas em voz alta. A minha fábula és tu, e afinal não preciso de um milagre tão grande, pois ambos vivemos na realidade, tu não és ficção, apenas preciso que as minhas palavras quando pronunciadas façam coincidir as nossas vidas em mais do que uma viagem de comboio no Intercidades 572.