13 junho 2009

Tu

A vida não faz sentido bem como não o faz a criação deste blog, no mais racional do ser que existe em mim. Escrevo contudo esquecendo que tenho razão, sendo inconsciente por instantes e acima de tudo sonhando...
És tu a causa deste blog, és tu quem me voltou a fazer sonhar e a sentir que estou viva, por tudo isso e porque quero pelo menos agradecer-te, preciso de saber quem és!
E quando te encontrar pela segunda vez, à excepção de todas as vezes em que estivemos juntos na eternidade do meu pensamento, quero estar linda, quero transparecer um ser que nem sei se sou, quero que me olhes e me consigas ver, ao contrário da primeira vez em que os meus olhos transpareciam a noite de sono que não tive e não te cativaram de certo.
Não vou fazer nada para te encontrar, não vou espalhar cartazes, não vou chorar, não vou pedir, vou acreditar, acima de tudo acreditar que é possível, que o destino estará a meu favor, a nosso favor.
E tu és tudo o que posso desejar, daquilo que sei de ti, sei que podes suplantar todas as necessidades que tenho neste momento, em particular a necessidade de fugir do meu mundo, de viver uma realidade diferente, onde não entre uma bata branca, ciência em excesso e muito sofrimento à mistura. Sei que me podes fazer feliz com as tuas palavras, com o teu coração.
Treze e trinta do dia 12 de Junho, uma origem igual, um destino semelhante. Sei que estás perto, mas não estás aqui. Sei que partiste de onde parti mas não sei onde moras!
Se é para seres uma desilusão então não apareças, deixa-me viver contigo na tua ausência.
Não custa acreditar que é possível, que coincidências não existem, que tudo é fruto do destino. Naquele caminho tantas vezes percorrido foi a primeira vez que te encontrei, porquê? Porquê agora no fim, agora que não posso fazer a viagem mais vezes sentada no mesmo lugar esperando sempre encontrar-te?
Se te encontrar tudo será como nos filmes e acreditarei que foi o milagre das palavras que escrevo agora. Enquanto estudavas, como eu tantas vezes estudei, na viagem que nos uniu, eu via um filme, um filme que reforça a minha vontade de escrever, tentando acreditar na fantasia, agora que deixei de ser criança.
"Inkheart" - coração de tinta, uma história fabulosa, o dom de ter uma língua mágica, de trazer para a realidade as personagens das fábulas lidas em voz alta. A minha fábula és tu, e afinal não preciso de um milagre tão grande, pois ambos vivemos na realidade, tu não és ficção, apenas preciso que as minhas palavras quando pronunciadas façam coincidir as nossas vidas em mais do que uma viagem de comboio no Intercidades 572.

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